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terça-feira, 13 de novembro de 2007

CDHU muda o padrão construtivo.

A Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU) anunciou, na semana passada, que passará a construir unidades com três dormitórios. A decisão, inédita em moradias para baixa renda construídas e subsidiadas pelo poder público, faz parte de uma ampla mudança no conceito que norteia os conjuntos habitacionais da CDHU. “Queremos criar bairros e não mais conjuntos estigmatizados”, diz o secretário de Habitação do Estado, Lair Krähenbühl. “Aquela caixa d’água com a bandeira do Estado de São Paulo, que marca para sempre os conjuntos, irá desaparecer”, avisa. Casas e prédios iguais e unidades sem acabamento também. “Teremos tipologia e cores diferentes, área de serviço coberta e cobertura para o gás, muros separando as casas em caso de conjuntos horizontais, pé-direito com 2,6 metros, sistema de aquecimento solar, ruas ajardinadas e calçamento com piso intertravado”, detalha. Além do aquecimento solar, as unidades terão medidores de água individual. “É essencial a redução do custo na pós-ocupação, para evitar a inadimplência. A medição individual de água também evita muitos conflitos entre os moradores”, diz. Rafael Pillegi, secretário-executivo do Programa Qualihab, área responsável pelo controle de qualidade e desenvolvimento de novas tecnologias da CDHU, diz que por enquanto, o sistema construtivo é o convencional, com blocos. Com o novo padrão, o custo subiu 15% em média, de R$ 36 mil para R$ 40 mil. “Estamos com um convite na rua, para que o mercado apresente sistemas econômicos e inovadores. Já recebemos alguns, que estão sendo avaliados.” Além de mais barato, o sistema deve garantir que a moradia irá durar no mínimo 25 anos, que é o tempo do financiamento. Para reduzir o custo de produção, Krähenbühl conta que tem feito alguns acordos. “Os sistemas de aquecimento solar, por exemplo, em alguns casos são doados pelas companhias elétricas. Elas têm que, obrigatoriamente, aplicar uma cota anual em sistemas de economia de energia. Assim, em São José dos Campos, por exemplo, a cota foi usada para pagar o sistema”, explica. A metragem das unidades com três dormitórios, que serão 60% do total em cada conjunto, é de 51 m² e todas (com três ou dois dormitórios) serão entregues com laje, azulejos nas áreas molhadas e revestimento cerâmico nas demais dependências. “Até agora eram entregues no cimento. A dona de casa lava e infiltra água nos conduítes, o que acaba dando problema de infiltração para o resto da vida”, diz Krähenbühl. Já existem 67 mil unidades em construção com o novo padrão e outras 36 mil em licitação, em mais de 136 municípios do Estado. Na cidade de São Paulo, segundo Pillegi, as novas unidades estão sendo construídas em conjuntos das zonas Leste, Oeste e Norte. Krähenbühl cita as vantagens do novo padrão, vindas principalmente da inclusão do terceiro dormitório: redução da vitimização (agressividade e violência doméstica), que em geral ocorre em casos de coabitação, situação comum entre o público da CDHU; da morbidade (possibilidade de contaminação e morte por doenças), maior do que quando há mais de um banheiro; e da defasagem escolar, já que a criança tem mais espaço.

Fonte: O Estado de São Paulo, edição de 11/11/2007