A Organização Mundial da Saúde e a UNICEF definiram 2008 como o Ano Internacional do Saneamento, em razão da alta mortalidade provocada pela falta de banheiros e gabinetes sanitários.A situação é particularmente grave na África, onde 60% da população está exposta a bactérias, virus e parasitas encontrados em dejetos humanos. Segundo a OMS, a cada ano, 15 milhões de pessoas morrem de doenças infecciosas. De acordo com pesquisa realizada pelo "British Medical Journal" a higiene foi o maior fator de progresso médico desde 1840, encabeçando uma lista em que estão as vacinas e a anestesia. Na frança, os demógrafos apontam a higiene, bem mais que a qualidade dos serviços médicos, para prever que os bebês do sexo feminino que estão nascendo agora poderão chegar aos 100 anos.
Entre 1990 e 2004 cerca de 1,2 bilhões de pessoas teve acesso a melhores condições sanitárias em seus domicílios, mesmo assim, ainda hoje, 2,6 bilhões não têm privadas ou não podem se lavar com água corrente. O quadro se agrava porque nessa população há 280 milhões de crianças com menos de 5 anos, que são mais vulneráveis.
Jon Lane, diretor de uma comissão da ONU para questões sanitárias, disse ainda faltar um esforço educacional. Citou países em que os banheiros são transformados em estábulos ou depósitos de bicicletas porque a população desconhece de sua importância.
A estimativa é de que 41% dos seres humanos não tenham acesso a privadas ou a banhos com água corrente.
Um pouco de história. Embora as termas frequentadas por sociabilidade ou higiene corporal já fossem conhecidas no Egito, Grécia e Roma, somente no século 19 os banheiros se generalizaram, diz a "Enciclopédia Britânica". Antes disso, no final do século 16, o inglês John Harington inventou a privada com descarga. O dispositivo que se tornou conhecido como válvula foi criado em 1778 por outro inglês, Joseph Bramah. As privadas de cerâmica, mais baratas e fáceis de limpar que as metálicas, generalizaram-se a partir de 1870.
(Fonte FSP, 21/03/2008, p. A14)