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sábado, 7 de julho de 2007

Urbanismo. Algumas notas II.


Tenho lido diversas manifestações em defesa dos condomínios "urbanísticos" e loteamentos fechados, quase sempre baseadas na questão da segurança. Sobre o assunto, transcrevo as palavras de Paulo Mendes da Rocha, vencedor do Prêmio Pritzker de Arquitetura 2005 (FSP, 22/06/06, pág. E1):
LIBERDADE
"Temos que ser livres de fato. E sentar na rua. Já amanheci deitado com um amigo na sarjeta da Praça da República e não aconteceu nada. Em qualquer desses bairros privados, teríamos sido metralhados. Em certos bairros, se eu for pra lá, já vão me perguntar o que eu estou fazendo. Se disser que não sei, que fui passear, vou em cana. Isso é um absurdo. A cidade é democrática. A cidade é livre. O que acontece com essa classe temerosa que se autoalimenta do pavor? Dizem: 'Não há segurança'. Como pode haver segurança para quem tem filhos? Como? Botar um guizo em cada filho? É impossível. É uma idéia tola, a da segurança, e um instrumento de exclusão."
MEDO
"A esperança é que sejamos todos democráticos e inteligentes. Nunca a cidade estará perfeita, mas não precisamos cometer tanto previsível desastre. A idéia do desastre e de que nós conseguimos prever que vai dar errado. Como, por exemplo, morar distante, fechar para se proteger. Fecha, fecha e, de repente, a filha mata o pai. O medo é o instrumento fundamental do fascismo."
Ou, nas palavras de outro sabio - Paulo Freire:
"A pior forma de morte é a vida proibida de ser vivida".