Mostrando postagens com marcador Opinião. Missão Possível.. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Opinião. Missão Possível.. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Opinião. Missão Possível.

É factível construir 31 milhões de moradias no Brasil para atender a demanda até 2020.

O mais recente estudo elaborado pelo SindusCon-SP com a FGV Projetos aponta um deficit habitacional de 8 milhões de famílias no Brasil. Ou seja, cerca de 32 milhões de pessoas moram em residências inadequadas, dentro de favelas, cortiços etc., ou residem em coabitação, o que significa mais de uma família compartilhando a mesma moradia.
Como complemento deste estudo, estimou-se a demanda habitacional para os próximos anos. Concluiu-se que até 2020 será necessário edificar mais 25 milhões de residências no país. O cálculo leva em conta não somente uma projeção do crescimento vegetativo e da renda, como o fato de que as crianças e jovens de hoje serão os adultos de amanhã que constituirão famílias e necessitarão de moradia.
Suponhamos que, num cálculo otimista, 2 milhões de moradias do atual deficit habitacional correspondam a famílias que voluntariamente desejam permanecer em coabitação. Isso significa que precisaremos construir 6 milhões de residências para enfrentar o atual deficit, e mais 25 milhões até 2020, totalizando 31 milhões no espaço de 13 anos.
Trata-se de um desafio gigantesco, mas que a construção civil tem plenas condições de superar. A indústria de insumos do setor já começou a realizar grandes investimentos para ampliar a capacidade de produção. Há financiamentos acessíveis para a aquisição e até para a importação de maquinário.
A necessidade de mão-de-obra especializada tem sido enfrentada com a abertura de mais vagas nos cursos universitários e técnicos, e com o aumento do treinamento dos trabalhadores pelo Senai e pelas próprias construtoras. No primeiro semestre de 2008, o SindusCon-SP lançara um programa com essa finalidade para todo o Estado de São Paulo.
No âmbito nacional, a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) e o governo federal assinaram convênio para proporcionar cursos de pedreiros, pintores, azulejistas e outras atividades específicas da construção a dezenas de milhares de adultos atendidos pelo Bolsa-família, que poderão integrar o mercado de trabalho.
Há um volume crescente de recursos voltados ao financiamento da habitação nos bancos privados e na Caixa, e um interesse dos agentes financeiros de ampliar o crédito para atender segmentos crescentes da população de famílias de média e baixa renda. Grandes investidores privados, alguns deles estrangeiros, já estão se movimentando ativamente neste mercado.
Falta apenas articular o amplo acesso à habitação digna para as famílias de baixissima renda que necessitam de subsídios para realizar o sonho da moradia. As propostas para a concretização desta meta já estão delineadas e foram lançadas pelo SindusCon-SP em novembro, com o apoio de dezenas de entidades (*). A partir de então, formou-se o movimento "Moradia para todos. Esta meta é possível", que buscará nos próximos meses o amplo envolvimento da sociedade e dos governos da União, Estados e Municípios com a meta do déficit habitacional zero. Se houver sensibilidade política, em 2020 estaremos no Primeiro Mundo no quesito moradia.
(Fonte: Informe publicitário "Janela" nº 714, do SindusCon-SP, publicado na Folha de e 23/12/2007)

(*) Sobre as propostas de que trata o movimento "Moradia para todos. Esta meta é possível" leia nesta página: Opinião. Uma leitura crítica do tripé estratégico proposto pelo Sinduscon SP para fortalecer o mercado de habitação popular.