De tempos em tempos, uma praga de parasitas avança sobre alguma instituição pública e, como gafanhotos famintos, devoram tudo o que encontram pela frente: e
a bola da vez é o FGTS.
O ataque está sendo comandado por centenas de políticos com mandatos alcançados à custa do assistencialismo sindical barato, aos quais se aliaram milhares de advogados mal formados e fracassados profissionalmente, que sobrevivem de pequenos expedientes e de tomar pequenas quantias dos incautos com promessas de ganhos fáceis e extraordinários.
A essa horda se juntam milhares de trabalhadores apatetados que assinam procurações contendo cláusulas de prestação de serviços pelos quais pagarão quase a metade dos ganhos fáceis prometidos, seduzidos pelos “kits completos” de formulários que aqueles advogados compraram de outros espertalhões pela internet – contendo petições pré-cozidas, recortes de jornais e revistas, cálculos distorcidos divulgados pelo instituto fgts fácil e outros instrumentos com que pretendem convencer o Poder Judiciário a liberar definitivamente o ataque ao tesouro público.
Não há uma tese coerente a ser defendida e cada um desses advogados alega o que quer com o pouco que sabe do assunto. Já são quase 50 mil ações distribuídas em todo o país e com a divulgação constante da mídia deve chegar a um milhão, espantando o debate da esfera jurídica para a esfera social.
Não por acaso a preocupação dos citados políticos com a remuneração dos recursos do trabalhador depositados no FGTS aflorou em ano pré-eleitoral, quando ressurgem das cinzas do anonimato em que se escondem durante o tempo de mandato em busca de reconhecimento e votos. Para esses o resultado do embate é irrelevante, buscam apenas manter-se nas franjas do poder, garantindo a remuneração mensal, verbas indenizatórias e outras de representação.
Aos advogados que se prestam a esse tipo de patrocínio caça-níqueis o resultado do embate também pouco importa, arriscam-se em loteria com prêmio acumulado e chance reduzida de sucesso, mas se fartam com os trocados que tomam dos clientes e que pingam repetidamente, suficientes para a manutenção de suas vidas medíocres.
Quanto ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, recém-recuperado da situação de quase quebra decorrente do ataque anterior dos gafanhotos famintos nos anos 2001/2007 e que ostenta hoje a melhor condição financeira de toda a sua existência, só resta desejar boa sorte e que seja forte o suficiente para resistir, além de esperar que o Poder Judiciário tenha serenidade para manter a demanda nos estritos limites da legalidade e da Justiça.